ERA UMA VEZ… A CONTABILIDADE E O EMPREENDEDOR

No decurso de mais uma semana intensa de trabalho fui confrontado com uma questão que me deixou a pensar… “Mas afinal, para que serve a contabilidade?”. Não posso deixar de afirmar que a questão me deixou algo incomodado, isto porque enquanto profissional de contabilidade e fiscalidade, é básico e lógico a função e a mais-valia de um sistema contabilístico bem organizado e orientado.

Ora, regra geral, no mindset do empreendedor que está agora a lançar o seu produto ou serviço para o mercado, é fácil encarar a contabilidade como mais uma burocracia, uma exigência legal, um custo… No nosso entender, é fundamental que a contabilidade seja encarada pelo empreendedor desde o momento zero da empresa como uma ferramenta indispensável para análise de resultados e para análise de projeções futuras.

Com um sistema de contabilidade bem afinado conseguimos ter um maior controlo sobre os erros estratégicos que estão a ser cometidos dentro da esfera empresarial conseguindo assim, atempadamente, corrigir a rota da empresa. Esta correção atempada culminará, em última análise, numa maximização dos resultados da empresa.

Não podemos desassociar, neste caso, a contabilidade da fiscalidade. Numa visão muito simplista, se a contabilidade nos expressa os resultados resultantes das políticas de gestão adoptadas, a fiscalidade vem corrigir os resultados para aquilo que é fiscalmente aceite.

Na esfera da fiscalidade há muitas vertentes que devem ser analisadas e que por muitas vezes são descuradas. Os benefícios fiscais existentes são um bom exemplo disso uma vez que, cumprindo determinadas condições, pouparão ao empresário alguns euros (por vezes com uma expressão bastante interessante) que podem ser reinvestidos novamente na empresa.

Deixo aqui alguns dos passos fundamentais para tirarem o máximo partido da vossa contabilidade:

  • A contabilidade começa dentro da vossa empresa: o empresário, especialmente em negócios pequenos, deve estar totalmente inteirado sobre a vida financeira e económica da sua empresa.
  • A “carteira” da sua empresa não é a sua carteira: As receitas e despesas da sua empresa devem estar única e exclusivamente relacionadas com a atividade empresarial a que a empresa se dedica.
  • Distinguir bem, quando aplicável, compras de matérias primas ou subsidiárias de compras de mercadorias: matérias primas são incorporadas na produção antes de serem vendidas, mercadorias são vendidas sem serem transformadas.
  • Saber identificar bem cada linha de recebimento ou pagamento do extrato bancário da sua empresa: utilize ferramentas como folhas de cálculo para anotar a proveniência de cada movimento bancário.
  • Controlar todos os fluxos de caixa: faz pagamentos ou tem recebimentos em dinheiro? Então tem mesmo de fazer um mapa de caixa…
  • Crie um dossier com os duplicados dos documentos: A contabilidade precisará dos documentos originais para efetuar o seu trabalho, no entanto o empresário pode (e deve) organizar o seu próprio dossier com os duplicados ou cópias para que o possa consultar sempre que necessário.
  • Crie o compromisso e a rotina com o seu contabilista de entrega mensal de documentos e de verificação do ponto de situação do seu negócio: Ele é o profissional que o ajudará a manter tudo organizado e que o acompanhará no crescimento da sua empresa.

Quando o negócio está a começar o empreendedor tende a ter uma abordagem “do it yourself”. No entanto, se tem dúvidas e precisa de apoio deve contratar um profissional que o ajude a manter tudo organizado libertando-o para se focar naquilo em que realmente é bom… o seu negócio!

 

Artigo de Luís Barbosa, CEO BUSINESS SKILLS para a Revista EMAGAZINE Edição Nº2 – https://oempreendedorbracarense.wordpress.com/emagazine/

 

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